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O fenômeno migratório

Nos últimos anos, o Brasil tem sido o destino de migrantes internacionais vindos, principalmente, de países latino-americanos por razões humanitárias, crises econômicas, conflitos internos e catástrofes naturais. Os venezuelanos representam atualmente o maior grupo de migrantes internacionais e solicitantes de refúgio no país, com mais de 46 mil pessoas com status reconhecido até setembro de 2020 (fonte: Plataforma R4V).

Com o aumento do fluxo dessa população nos últimos anos, aumentaram também os desafios para a promover a integração social e econômica, e o bem-estar dos migrantes internacionais e solicitantes de refúgio. Um dos principais desafios está relacionado à busca por recolocação profissional dessas pessoas, que chegam ao Brasil com a expectativa de encontrar uma oportunidade de se fixar no país e recuperar sua autonomia. Muitos possuem experiências profissionais, formação acadêmica e falam outros idiomas – além do espanhol – porém encontram diversas barreiras para conseguir um emprego em suas áreas de formação, seja pela dificuldade com o idioma local (português), seja por questões burocráticas, de gênero ou pela xenofobia.

No contexto da pandemia de COVID-19, há que se ressaltar o agravamento da situação dos migrantes em todas as esferas do processo de integração, especialmente na inserção ao mercado de trabalho. A alta taxa de desemprego no Brasil que, antes da pandemia, já promoveu a precarização do trabalho, nesse momento, evidencia a extrema vulnerabilidade de homens e mulheres migrantes que não desfrutam de condições mínimas de segurança e saúde para se proteger do vírus.

Se analisarmos o fluxo migratório pela perspectiva de gênero, o problema torna-se ainda mais complexo. Muitas mulheres (que, no caso da população migrante da venezuela, representa 43,7% do total que chega ao Brasil) deixam seus países de origem e encontram apenas subempregos no país de acolhida. Por essa razão, acabam se expondo a alternativas perigosas, como o tráfico de drogas ou prostituição, ou se submetem à exploração do trabalho, pois seu sustento (incluindo acesso à moradia digna e segurança alimentar) depende dessas fontes de renda (OIM, 2019).

Dessa maneira, a questão do trabalho no processo migratório passa a ser vista apenas como meio de sobrevivência, não permitindo o desenvolvimento do potencial criativo e laboral dessas pessoas e, consequentemente, criando outras barreiras à sua integração social.

Sendo assim, após a chegada dos migrantes internacionais e solicitantes de refúgio às regiões de Maringá e Londrina (norte do Paraná), o Instituto Sendas, juntamente com seus parceiros, desenvolve um trabalho de acompanhamento integral (sobretudo de mulheres solteiras, mulheres solteiras com crianças e mulheres idosas) no complexo processo de integração, através do auxílio oferecido por profissionais qualificados de campos multidisciplinares, incentivando o protagonismo e apoiando os migrantes na sua busca de autonomia, respeitando às culturas dos países de origem e as características locais da cidade de acolhimento.

Referência: ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE MIGRAÇÕES. Monitoramento do fluxo migratório venezuelano com ênfase em crianças e adolescentes. OIM-DTM, 2019.

Recomendação! Assista o documentário ‘Além do Refúgio’

CHEGARAM SEM NADA, MAS TROUXERAM TUDO O QUE ELES TINHAM

Histórias de saudade, fé, coragem e esperança. Contemplado pelo Prêmio Aniceto Matti 2018. O documentário “Além do Refúgio” traz entrevistas e relata as motivações e contexto que forçaram quatro refugiados e migrantes internacionais que deixaram o seu país e reconstruíram suas vidas em Maringá.

Com direção do jornalista Victor Duarte Faria e produção de Erick Pérez Ortuño, o documentário mostra histórias de quatro refugiados da Venezuela, Haiti e Síria, que vão contar porque uma pessoa deixa o seu lar e encara uma viagem a um lugar desconhecido.

O documentário conta com legendas em português e espanhol.

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